27 de set. de 2011

Qual o valor do software em sua empresa

É incrível verificar que a maioria das pequenas empresas ainda não enxerga valor em software. Ainda é difícil para elas entenderem que sistema de gestão é um serviço contínuo. Parece que a categoria software continua em algum lugar perdido entre o produto e o serviço.

Comparar um sistema operacional ou de gestão com um serviço de advocacia ou contabilidade é complicado. Até mesmo com um serviço de internet, que vai muito além das antenas e cabos e se transmite principalmente pelos softwares, que controlam nossas conexões, acessos, e se nossa conta está em dia para podermos utilizar aquele serviço.

Na maioria das vezes, encontramos empresas muito bem estruturadas, com grandes equipamentos para produção, sistema interno de câmeras, telefonia móvel de última geração. Mas por trás de tudo isso, achamos máquinas obsoletas, sistemas e aplicativos não legalizados, sistemas chamados “free”, que muitos acreditam ser de uso livre nas empresas, mas que não são, e que ninguém sabe utilizar.

Softwares defasados e sem evolução fazem com que os usuários consumam o precioso tempo de produtividade da empresa tentando contornar problemas que não deveriam fazer parte do seu dia. As pessoas sabem determinar o valor de uma roupa, carro ou TV LCD por aquilo que elas veem em seu cotidiano, mas não têm a mínima ideia do valor de um software. Pior que isso é tentar mostrar essa noção para os empreendedores brasileiros. Investir em upgrades de sistema operacional para quê?

Concordo que muitos não entendem a proposta de valor de um software. Sei que muitos têm o espírito empreendedor, mas não foram preparados para lidar com a complexidade da tecnologia. Mas como entender que um negócio aparentemente rentável, com anos de mercado e vendendo os mais modernos equipamentos quer continuar crescendo ano após ano sem investir na tecnologia que sua empresa utiliza?

Não podemos mais colocar a culpa no “cultural”. Não há como ficar calado ouvindo que o sistema operacional de dez anos atrás é melhor que o atual só porque os usuários estão acostumados. A evolução está aí e aproveita mais quem chegar primeiro.

Incrível identificar que a grande maioria acaba evoluindo de maneira forçada causada pelo agente chamado governo, pois, não fosse o cupom fiscal, NFe e SPED, entre outras obrigações que as empresa estão sendo obrigadas a adotar, estaríamos ouvindo o ruidoso barulho das impressoras matriciais emitido notas em cinco vias.

O que vemos pelo Brasil é resultado de um crescimento desordenado e com políticas que demoraram muito a serem definidas. Sem contar a parte educacional e de incentivos, que deveriam mudar a consciência dos empreendedores brasileiros e mostrar efetivamente como se traduz preço e valor.

O valor de um software não pode ser mensurado pelo preço que está sendo pago por ele, mas sim pelo resultado que ele trará para empresa após a sua implementação. Medir valor de um software é cronometrar ganho de produtividade, principalmente no tempo que os colaboradores desperdiçam para executar suas tarefas.

Se você encontrar em sua empresa a mesma tarefa sendo executada em processos diferentes você já está perdendo metade do tempo. Pode ser em uma simples marcação em agendas separadas ou até mesmo digitar uma informação qualquer em sistemas diferentes. Será que isto é realmente necessário? Faça os cálculos, multiplique o valor-hora e veja o resultado em um ano. A partir deste valor você pode começar a ter uma ideia de valor de um software.

* Humberto A. Izabela possui 20 anos de experiência na área de tecnologia da informação, sendo dez deles focados na informatização de pequena e médias empresas. Criador do software Empresário, trabalhou na informatização, consultoria e suporte para mais de 30 mil empresas junto com o SEBRAE-SP, MG e PR e também com a Federação do Comércio de São Paulo. Atualmente, é diretor da Promisys Soluções em Informática – produtora do Software de gestão ERP EASINESS é também Especialistas para pequenas e médias empresas pela Microsoft e Silver Solution Advisor pela Citrix.

FONTE: CRN Brasil

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