Esse rocambole que a Olympus se meteu está cada vez maior e suculento. Como já havíamos comentado aqui no Meio Bit a empresa estava atolada no maior escândalo coorporativo que o Japão já vislumbrou. Tudo começou em agosto quando a imprensa japonesa começou a levantar algumas irregularidades na contabilidade da empresa. As coisas foram se complicando e simplesmente explodiram quando decidiram demitir o presidente executivo, Michael C. Woodford, que afirmou ter perdido o cargo por fazer questionamentos ao conselho administrativo da empresa sobre alguns pagamentos estranhos encontrados na contabilidade. Como não tinha mais nada a perder Michael colocou a boca no trombone e acabou de afundar a Olympus no escândalo.
Ao que parece, a Olympus perdeu muito dinheiro em investimentos errôneos ao longo das duas últimas décadas e se utilizou de esquemas fraudulentos para esconder estes prejuízos no livro caixa da empresa. Desta forma, os acionistas não sabiam do que estava acontecendo e o valor das ações não foi afetado. Por um tempo a direção da Olympus negou as acusações, mas na semana passada o Presidente Shuichi Takayama, veio a público e admitiu que nos últimos 20 anos a empresa praticava manobras financeiras e divulgava relatórios falsos para mascarar os constantes prejuízos. O anúncio foi suficiente para causar uma queda de 30% no valor das ações, isso porque já vinham caindo desde o começo de todo este rolo. Além de causar sérios problemas jurídicos com acionistas, o fato de falsificar os relatórios de lucros pode levar a empresa a ser expulsa da bolsa de valores.
Porém, como as coisas podem sempre piorar, mais uma pancada acertou a empresa semana passada. Um relatório feito por investigadores e que foi apresentado em uma reunião entre a Comissão de Vigilância das Bolsas de Valores do Japão, o escritório da promotoria de Tóquio e o Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio, apontam indícios de que a Olympus pode ter recorrido à máfia japonesa para ajudar a esconder o escândalo. Embora a coisa ainda esteja apenas na suspeita, se torna muito grave o fato de que a empresa tenha gastado US$ 4,9 bilhões de dólares em consultorias e pagamentos estranhos. O pior é que a saída esse dinheiro todo não foi contabilizado na movimentação financeira. A hipótese é que durante a crise dos últimos 20 anos a empresa tenha apelado aos sindicatos do crime do Japão para esconder os prejuízos e que depois, como forma de pagamento, começaram a exigir a transferência destes recursos.
O relatório da comissão de investigação não deixa claro se a empresa foi extorquida ou se aceitou de bom grado essa “parceria”, mas o certo é que a Olympus não tem mais para onde correr. Se ficar comprovada a ligação com a máfia isso já é motivo suficiente para a retirada das ações da bolsa de valores. Mesmo que esta ligação não seja comprovada todo este problema já manchou de maneira permanente a reputação e a confiabilidade da empresa perante acionistas e investidores.
FONTE: Meio Bit
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